14.7.06

Domingo Ilegal II - Censura

23.09.2003
DOMINGO ILEGAL
Controle social, sim;censura, jamais

Deonísio da Silva

Era o dia 7 de setembro de 2003 e aquele era um domingo legal. O Brasil inteiro comemorava 181 anos de independência política. É verdade que a independência econômica e a reforma agrária estão demorando mais do que o esperado. Continuam dependentes do velho esquema das capitanias hereditárias, implantadas ainda no século 16. À semelhanças daquele antigo modo de repartir um país tão grande entre tão poucos, também as televisões operam no regime de concessão. Mas, alto lá! A parecença se esgota aí. As concessões num regime democrático não são imunes ao Parlamento e ao controle do Judiciário.

Ainda que grandes contingentes do povo brasileiro semelhem o célebre bovino do quadro, que não entende o que ali se passa, ninguém pode tascar o direito de celebrar o avanço já obtido para substitui-lo pelas lamentações do atraso, daquilo que ainda não se pôde alcançar, como a instrução pública estendida a todos. A força vem das conquistas, servindo de estímulo às lutas presentes e futuras. O pessimista pode ser visto também como aquele que perde antes de travar a luta.

Mas no programa apresentado por Gugu Liberato, em vez do "grito do Ipiranga", tivemos os gritos de falsos bandidos, encapuzados e armados diante das câmeras. Para quê? Falsos os bandidos, eram verdadeiras as ameaças? Questões mal formuladas levam a respostas equivocadas. Não, a batalha era por audiência na televisão, como se o rebaixamento fosse compulsório para elevar seus índices, e os telespectadores não tivessem nenhum aparelhamento intelectual que lhes permitisse inferir que ali havia dente de coelho. Leia na íntegra...

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