por Guilherme Santos
"Na sua introdução ao Senso Comum, Thomas Paine afirma que a causa da América é a causa de toda a Humanidade. Ele afirma que as situações que surgem são universais, e que afectam todos - de um maneira ou outra, directa ou indirectamente.
Os comentários por ele feitos são tão relevantes hoje como eram há 230 anos atrás. Paine escreveu que o Governo, no seu melhor, era um mal necessário, causado pela malvadez do ser humano, destinado a restringir os vícios da cidadania.
A força do Governo, e a satisfação dos governados, dependia do eleitorado, e os eleitos suportavam os outros, mantendo o interesse comum da sociedade em primeiro lugar - nomeadamente a liberdade e a segurança. A Inglaterra e a sua Constituição falharam em concretizar isto, segundo Paine.
Haviam duas tiranias na Lei Britânica - a monarquia e a aristocracia. Estas eram formadas por pessoas independentes, e nada contribuiam para a liberdade. O Rei, por natureza, é afastado da plebe (povo) e dos meios de comunicação social, mas mesmo assim destinado a agir no interesse do povo.
Paine contesta que a Realeza havia sido uma das invenções mais bem sucedidas do Diabo, introduzida logo nos primeiros tempos do Homem e copiada depois pelas crianças de Israel. Aqui está um homem, igual a qualquer outro, pronto para honras e riquezas acima de qualquer outro compatriota. Esta exaltação não pode ser justificada de forma natural e, consequentemente, não pode ser justificada ou defendida pela tradição.
A vontade de Deus parece claramente contra o Governo de Reis. E enquanto a Inglaterra teve bons Reis, o seu País gemeu sob o fardo de muitos mais maus Reis. O Rei parecia útil apenas para uma coisa - fazer a Guerra e doar terras. E por isto ele recebia 800 mil libras esterlinas ao ano, além da veneração dos seus súbditos. Um óptimo negócio, para um homem só. O estado dos assuntos nas colónias foi o resultado desta disparidade. Gerações foram-se preparando discretamente, aguardando uma controvérsia entre Inglaterra e as suas colónias.
O Senso Comum ditava que a América iria florescer quando estivesse fora do peso da Monarquia, e o comércio e amizade com toda a Europa seria possível. Em Senso Comum, Paine descreve o futuro do Governo Americano, da Presidência ao Congresso.
Paine apela a todos os cidadãos de colónias para que ponham de lado as suas 'etiquetas' de subalternos, e que se unam como um só país: uma América livre e independente. A independência é a única coisa que pode unir as colónias umas às outras contra a tirania do controlo Britânico. Tal como era antes, é hoje. Nós fomos, e somos, um povo diverso, unido pelo laço comum da liberdade".
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