14.5.07

Arte para questionar... Banksy














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Grafiteiro anônimo é hype da arte britânica

Pintura de Banksy alcançou US$ 576 mil; painel destruído valia US$ 600 mil

Artista guerrilheiro esconde identidade da mídia; suas obras são colecionadas por celebridades de Hollywood, como o casal Jolie-Pitt

TEREZA NOVAES
Pouco se sabe sobre o novo queridinho da arte britânica: ele atende por Banksy e começou a carreira grafitando muros e trens nos arredores de Bristol, em 1993. No mais, faltam dados biográficos básicos, como o ano de nascimento (1974 ou 1978), nome completo (especula-se que seja Robert Banks), a cidade natal e a de residência. Seu rosto é desconhecido, mas seu trabalho faz parte do dia-a-dia dos ingleses.
Um painel do artista, paródia de uma cena do filme "Pulp Fiction", de Quentin Tarantino, foi apagado por funcionários do metrô de Londres no mês passado. Vizinhos e fãs se revoltaram contra a atitude.
O metrô rebateu: o grafite dava uma atmosfera de abandono e decadência ao local, ao lado da estação Old Street, na região central da cidade.
A obra, que mostrava Samuel L. Jackson e John Travolta empunhando bananas no lugar de armas, estava avaliada em US$ 600 mil (R$ 1,2 milhão).Não foi a primeira nem será a última obra assinada por ele que desaparece. Os grafites feitos em 2005 no muro que separa Israel da Cisjordânia não existem mais. Os desenhos misturam paisagens idílicas e idéias de liberdade e fuga, como janelas, escadas e balões de gás.
CelebridadesFora das ruas, o artista faz fama em Hollywood. Uma exposição dele organizada em Los Angeles atraiu compradores como o casal Angelina Jolie e Brad Pitt. Eles levaram um Banksy original por cerca de US$ 500 mil (R$ 1 milhão).
O valor é próximo ao seu recorde de preço, US$ 576 mil (R$ 1,17 milhão), alcançado há duas semanas em um leilão, com a pintura "Space Girl and Bird". Cifras muito altas para um artista jovem e que se mantém no anonimato.
Para comparação: em 1997, ano da exposição "Sensation", que lançou toda uma nova geração britânica ao estrelado, uma tela do expoente Damien Hirst foi vendida por US$ 53 mil (R$ 107 mil). Outro exemplo: uma pintura do consagrado ex-grafiteiro americano Jean-Michel Basquiat (1960-88) foi negociada por US$ 315 mil, em fevereiro deste ano.
Apesar do sucesso comercial, Banksy tenta se distanciar da imagem de artista em ascensão e ironiza os seus compradores.No começo deste ano, quando a pintura "Bombing Middle England" foi arrematada na Sotheby's por US$ 202 mil (R$ 409 mil), ele postou em seu site (www.banksy.co.uk) um desenho com os dizeres: "Não posso acreditar que esses idiotas compraram esta merda".
O desenho virou uma série de pôsteres vendidos no site Pictures on Walls (www.picturesonwalls.com), com preços entre 250 libras (R$ 1.000) e 650 libras (R$ 2.600), já esgotada. (O único pôster disponível do artista é "Soup Can", uma referência explícita a Andy Warhol, uma pilha de latas de sopa da marca do supermercado Tesco. Custa 10 libras, R$ 40.)
"O dinheiro que meu trabalho faz hoje me deixa um pouco desconfortável, mas é um problema fácil de ser resolvido -é só parar de nhenhenhém e doar tudo. Não acho possível fazer arte sobre um mundo cheio de pobreza e depois levar todo o lucro, é uma ironia muito grande, até mesmo para mim", disse Banksy, em rara entrevista, por e-mail, para a revista "New Yorker".
A atitude rebelde é coerente com algumas de suas ações "terroristas". Em julho passado, por exemplo, ele pirateou 500 CDs de Paris Hilton. Fez novos remixes, trocou o nome das faixas e a foto da socialite pela de um cachorro. Os CDs foram colocados em prateleiras de 48 lojas do Reino Unido e vendidos como originais.
Banksy "atacou" ainda vários museus, colocando obra de sua autoria no meio do acervo, sem autorização. No Louvre, uma versão "smile face" da "Monalisa"; no MoMa, em Nova York, uma gravura com a lata de sopa Tesco (exposta durante seis dias, sem que o museu percebesse a intrusa); e no British Museum, uma pedra da era "pós-catatônica", com o desenho de um homem, um touro e um carrinho de supermercado, que permaneceu oito dias em exibição. A instituição só retirou o objeto depois de ser alertada pelo site do artista.

13.5.07

9.5.07

Filme: Boa Noite e Boa Sorte

por Edson Barros

"Apesar de ser o segundo filme com as mais importantes indicações ao Oscar deste ano (perdendo apenas para O Segredo de Brokeback Mountain), Boa Noite e Boa Sorte, dirigido pelo ator George Clooney, estreou em um número restrito de salas no Brasil.


Essa distribuição limitada não deve ser confundida com qualquer falta qualidade cinematográfica da obra, muito pelo contrário. O filme faz jus às seis indicações que recebeu: melhor filme, diretor, ator, roteiro original, fotografia e direção de arte - e pode surpreender, ficando com as estatuetas principais.


O pequeno número de salas deve-se, isso sim, à convicção dos exibidores de que o tema - uma acirrada luta pela liberdade de imprensa nos Estados Unidos dos anos 50 - talvez tenha pouco apelo por aqui. Isso não deixa de ser verdade: Boa Noite e Boa Sorte, um dos filmes mais prestigiados de 2005, aposta em uma narrativa por vezes complexa, não tendo, portanto, a fórmula ideal para atrair o grande público.


No longa, Clooney retrata o embate entre o lendário jornalista norte-americano Edward R. Murrow (David Strathairn, com merecidíssima indicação ao Oscar), âncora do programa de TV da CBS “See it Now” (algo como Veja Agora), e o senador Joseph McCarthy, que nos Estados Unidos pós-segunda guerra mundial incitou uma verdadeira - e infundada - caça às bruxas a qualquer pessoa suspeita de flertar com o comunismo.


Clooney, que interpreta o jornalista Fred Friendly - o braço direito de Murrow - situa o espectador praticamente o tempo todo dentro da redação da CBS, mostrando os bastidores de uma das mais importantes batalhas jornalísticas da história americana.

Em uma montagem que muitas vezes lembra a de um documentário - apoiada pelabela fotografia em preto e branco - o filme se beneficia da firmeza da interpretação de Strathairn como Murrow e recorre às imagens de arquivo da TV da época para retratar o senador McCarthy. Talvez nenhum ator fosse mesmo mais eficiente que o próprio McCarthy para estampar toda a sua insensatez.


A obra tem ainda o mérito de levantar questões universais, como a importância do direito de discordar e o próprio papel da TV para o crescimento das nações. A pressão exercida – e muito bem mostrada no filme - sobre o jornalista Murrow e sua equipe esclarece o quanto é difícil manter a liberdade de expressão em mídias invariavelmente sustentadas por anunciantes (que podem desaparecer automaticamente dependendo do conteúdo abordado).


Por fim, o discurso de Murrow ao receber uma homenagem – já nos momentos finais do filme – alerta como poucos sobre o papel da TV (para o bem e para o mal) na formação das sociedades. Esta reflexão, por si só, já faz valer o ingresso. "

Fonte aqui

Emoção x razão

Para refletir: "A emoção e indignação causadas por um trágico resultado não podem afastar a razão".

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Ao analisar os casos "João Hélio" e "índio Galdino", reflita: o que teria em comum os dois casos? Como se formou sua opinião sobre o assunto?

Parcilidade apenas ou manipulação da opinião pública?

"Todo ponto de vista é a vista de um ponto".
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A partir da frase acima, elabore um texto argumentando sobre o "ponto de vista" mostrado na notícia abaixo, veiculada no Jornal Nacional da Rede Globo. Dica: pesquise outras fontes de informação sobre o caso MST x Aracruz celulose. Leia também a opinião de Cristiano Navarro.
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MST invade empresa de celulose
08.03.2006

Fonte: Jornal Nacional Rede Globo

Movimento dos Sem-Terra amplia alvos das invasões. Além de fazendas, integrantes estão orientados a atacar multinacionais. Hoje, eles destruíram um centro de pesquisa agropecuária de uma empresa brasileira, no RS.

No Rio Grande do Sul, 1,2 mil integrantes do MST e da Via Campesina, a maioria mulheres, invadiram o horto florestal da empresa Aracruz Celulose.

Depois de render os vigias, rasgaram as estufas e fizeram questão de arrancar com as mãos as mudas dos viveiros. A ação durou meia hora. Armas artesanais foram usadas no quebra-quebra.
"Quando me pegaram, ameaçaram para que eu não reagisse, porque eles iam fazer alguma coisa", disse Ênio da Silva, vigia.

Os sem-terra também atacaram o laboratório da empresa. Eles quebraram equipamentos e espalharam pelo chão 500 quilos de sementes, que estavam separadas em envelopes. O trabalho de melhoramento das espécies foi perdido, porque as informações ficaram misturadas.

Segundo a empresa, o prejuízo é de US$ 400 mil. A responsável pelo laboratório interrompeu as férias e se desesperou ao ver 20 anos de pesquisa jogados no lixo. "Eu montei esse laboratório, tudo, peça por peça. Agora eu vejo tudo destruído, é como se uma parte da minha vida estivesse destruída aqui”, lamenta Isabel Gonçalves, pesquisadora. "É uma agressão para o agronegócio. Isso assusta. Isso ai vai fazer comque a empresa repense alguns investimentos que faria no estado", disse Renato Rostirrolla, gerente florestal da empresa. A delegada que investiga o caso disse que foi uma ação planejada.

“Foi um ato de vandalismo que não tem explicação”, afirmou ela.

“Essa ação não tem nada a ver com o programa de reforma agrária. O programa se faz constitucionalmente em cima de áreas improdutivas. Portanto, esta ação neste laboratório deve ser tratado dentro do poder Judiciário”, concluiu Miguel Rossetto, ministro do Desenvolvimento Agrário

No Pontal do Paranapanema, em São Paulo, cinco fazendas foram invadidas. Em Pernambuco o MST já fez 20 invasões desde o fim de semana. Hoje a polícia cumpriu um mandado de reintegração de posse de uma fazenda em Cabrobó. Foram levados para a delegacia da cidade 150 adultos e crianças.

Em discurso, ontem à noite, Joäo Pedro Stédile, cooordenador do MST, já antecipava quem são os novos alvos do movimento. "Não é mais o capital industrial que controla a agricultura é o capital financeiro. As transnacionais. O inimigo não é mais o latifundiário tradicional, é o grande capital interinacional", acusou Stédile.

7.5.07

Roberto Carlos - o rei da censura no século XXI



"Roberto Carlos em Detalhes", biografia não-autorizada, perpetrada pelo jornalista e historiador Paulo Cesar Araújo, não vai ser mais conhecida. Um acordo entre a Editora Planeta e o “rei” vai eliminar as 10.700 cópias impressas e tentar reaver os exemplares já distribuídos. Roberto Carlos será ressarcido pela Planeta pelos gastos de recompra que fizer na tarefa de recuperação.



O acordo foi feito na 20ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, em São Paulo, e o escritor se comprometeu a não comentar, em entrevistas, o conteúdo da sua obra. Para o diretor editorial da Planeta, Pascoal Soto, a proibição faz lembrar “os tempos obscuros do nazismo”.



“Roberto Carlos em Detalhes” foi lançado no início de dezembro passado. No dia 11 de dezembro, em entrevista, o “rei” manifestou a sua discordância e, em síntese, afirmou: não li e não gostei. Em fevereiro, os seus advogados conseguiram uma liminar que suspendeu a distribuição, sob o argumento de invasão de privacidade. A brochura, com 504 páginas, aborda a trajetória artística de Roberto Carlos e revela detalhes de sua vida particular.



No final da audiência, o autor Paulo César Araújo disse que propôs abrir mão de todos os seus direitos financeiros e autorais sobre a obra, mas que o trabalho permanecesse em circulação. A proposta foi recusada pelo “rei” que, à saída da audiência, não quis conversar com a imprensa.



Desde a publicação em dezembro, foram impressos 33 mil exemplares, dos quais 22 mil chegaram a ser distribuídos e 11 mil se encontram no almoxarifado da Planeta. Quanto tomou conhecimento do conteúdo, o rei afirmou: “Tem coisas não-verdadeiras, que ofendem a mim e a pessoas queridas, expostas ao ridículo. É um absurdo, uma falta de respeito lançar mão da minha história, que é um patrimônio meu”.




Já Paulo César Araújo, antes da audiência, acreditava que o artista poderia reavaliar essa posição: “Acredito nisso porque ele estava muito ocupado com gravações de fim de ano, com lançamento de CD e DVD, no final do ano quando o livro foi lançado. E a reação contrária veio no calor de toda essa atividade”.




Roberto Carlos, contudo, como se viu, não arredou pé e a obra foi proibida.Com informações da "Folha de S. Paulo" e "Correio Braziliense".




Entrevista com Paulo César Araújo na IstoÉ


Notícia Globo On-line aqui

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Exercício: Comente sobre a notícia apresentando pelos menos três argumentos que defendam sua idéia.