12.8.11

Bebê em estado vegetativo reabre debate sobre eutanásia na Argentina


04/08/2011 13h46 - Atualizado em 04/08/2011 14h32


Camila é mantida viva desde que nasceu, há dois anos.
Os pais pedem que ela tenha direito a uma 'morte digna'.

Caso de bebê que é mantida viva desde o nascimento repercute na mídia argentina (Foto: Reprodução/Diario Uno)Caso de bebê que é mantida viva desde o
nascimento repercute na mídia argentina
(Foto: Reprodução/Diario Uno)
O caso de um bebê de 2 anos em estado vegetativo desde seu nascimento e cujos pais pedem que tenha direito a uma "morte digna" reabriu o debate sobre a falta de uma lei que regule a eutanásia na Argentina.
"Camila está em estado vegetativo desde que nasceu. Não chora, não pisca, não se movimenta. Todos afirmam e confirmam que o estado da menina é irreversível", declarou sua mãe, Selva Herbon, que foi citada nesta quinta por vários meios de comunicação locais.
Herbon, de 37 anos, tem outra filha, de 10 anos, e disse que sua família vive "um calvário" desde o nascimento de Camila, que respira através de aparelhos.
Ela disse que os comitês de bioética de entidades públicas e privadas apoiaram seu pedido de desligar os aparelhos de Camila e que também manifestaram seu apoio à reativação de projetos de lei sobre a eutanásia no Parlamento.
Camila nasceu em abril de 2009 em uma clínica da periferia de Buenos Aires. Como ela nasceu em estado vegetativo, os médicos tentaram reanimá-la "durante 20 minutos e ela foi conectada a um respirador artificial. Teve uma encefalopatia crônica não evolutiva por causa de falta de oxigênio no momento do parto", afirmou a mãe.
"Não lhe permitem uma morte digna", ressaltou Herbon, que afirmou que não dispõe de recursos para iniciar um requerimento judicial para que autorizem os médicos a praticar a eutanásia no caso de Camila.
Além disso, denunciou o caso ao Ministério da Justiça e Direitos Humanos, onde recebeu apoio do especialista em bioética, Juan Carlos Tealdi.
"Depois de um ano a medicina já não é obrigada a persistir com o tratamento, já que a situação do bebê é irreversível", disse Tealdi à "Radio Continental" de Buenos Aires.
Tealdi opinou que, na ausência de uma legislação sobre a eutanásia, um caso como o de Camila, que é "irreversível", deveria ser resolvido de comum acordo entre a família do paciente e os médicos, que "não são obrigados" a manter um tratamento que não surtirá efeito.
"Vou todos os sábados levar fraldas e roupa para ela", disse a mãe, que conversou com os dois legisladores que apresentaram projetos de lei para a regulação da eutanásia no país.
O senador Samuel Cabanchik, autor de um desses projetos, disse que pediu a seus colegas que avancem no debate dessa iniciativa, destinada a garantir o direito das pessoas a uma 'morte digna' quando todos os recursos médicos para sua recuperação estiverem acabado.

Um comentário:

Marcos Smania disse...

Adorei o conteúdo do blog e vou recomendar aos meus colegas de faculdade. Parabens!