15.8.06

JORNALISMO & POBREZA


O preconceito social na notícia

Por Luciano Martins Costa
Em 11/7/2006

Que o jornalismo impresso se dirige quase integralmente para a classe média, é uma realidade que extrapola a simples percepção e se torna explícita em todas as ações de comunicação, dos editoriais às campanhas de marketing de jornais e revistas. Explica-se parcialmente por questões de mercado. Não se justifica, porém, o fato de a imprensa continuar tratando a chamada base da pirâmide social como uma fatia apartada da sociedade, quase um peso a ser arrastado.

A leitura cuidadosa dos principais jornais de influência nacional e das revistas semanais de informação revela que, quando se distancia do setor mediano da sociedade – formado, no Brasil, por cerca de 50 milhões de indivíduos – , a imprensa olha para cima – onde se deleitam os 5 milhões de ricos – com um misto de deslumbramento e indulgência. Quando olha para baixo, onde sobrevivem 123 milhões de cidadãos, vaza um distanciamento quase hostil.

Alguns jornais regionais, como O Povo, do Ceará, A Tarde, da Bahia, O Popular, de Goiânia e A Notícia, de Joinville, pelo que se pode depreender de suas versões eletrônicas, preservam características de suas comunidades e não apresentam um flagrante preconceito contra as populações menos favorecidas.

O Povo oferece um amplo espaço para problemas comunitários e não costuma vincular pobreza à delinqüência; A Tarde busca um perfil de jornal cosmopolita, com um desenho atualizado, mas não perde ocasião de ilustrar a "bahianidade", dando certo colorido a temas que têm pessoas ou comunidades carentes como protagonistas. A Notícia parece "clean" como a cidade de Joinville, com sua população muito homogênea e sua alta qualidade de vida, mas não esconde os problemas dos bairros pobres. O Popular tem um viés ecológico muito perceptível e aparenta um olhar mais para solidário quando a notícia vem das comunidades desfavorecidas.

Apartheid social

A chamada grande imprensa do Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul, para sermos mais precisos, conversa diretamente com a classe média e tenta manter com ela uma relação de cumplicidade, que pode estar na origem desse viés sutil que denuncia certo desprezo pela maioria que se acotovela na base da pirâmide social.

Não são incomuns referências diretas entre favelamento e criminalidade e condenações apressadas de políticas públicas tidas como assistencialistas. Mas o fenômeno se revela em sua inteireza na aprovação implícita a ações típicas de "higienização social" disfarçadas de restauração urbana, praticadas frequentemente pelas autoridades municipais nas grandes cidades do Sul e Sudeste.

Basta uma leitura do noticiário sobre a "Cracolândia" do centro de São Paulo ou sobre batalhas entre quadrilhas dos morros cariocas para o cidadão mediano ser induzido a interpretações simplistas da complexidade social. Da mesma forma, o noticiário sobre as últimas ações do bando conhecido como PCC e a situação dos presídios deixam escapar eventualmente o viés do "apartheid" social. Os sentenciados e suas famílias são situados em caixas apartadas do nosso grande e diversificado armazém social.

Daí a vicejarem propostas controversas para a solução do "problema da pobreza" é um pulo. A pobreza passa a ser vista como uma questão isolada do universo da classe média leitora de jornais e revistas, o que certamente tende a agravar o distanciamento que naturalmente surge na faixa intermediária da população, que se sente mais vulnerável aos riscos urbanos e não conta com os recursos de defesa privada que têm os habitantes do chamado andar de cima.

A imprensa deveria ser o espaço da educação cívica. Seus praticantes deveriam buscar a vanguarda do conhecimento e desbaratar o emaranhado dos preconceitos, para que cada leitor pudesse encontrar em seu diário ou semanário o estímulo à solidariedade e compaixão – naquele sentido zen que define a capacidade de viver as alegrias e angústias do outro. E não o contrário – a permanente inculpação do outro por suas inseguranças e frustrações. Cada vez que um cidadão de classe média pontifica que "o Brasil é assim mesmo", ou que "bandido bom é bandido morto", grava-se um ponto negativo na distância entre a realidade e o ideal da imprensa.

SBT - Ratinho e anunciantes

Ratinho vira Chacrinha após Silvio Santos cobrar lucro



da Folha Online
29/07/2006


Intimado por Silvio Santos a dar lucro ao SBT, atraindo anunciantes, sem apelar para a baixaria, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, vai se transformar em Chacrinha - pelo menos na aparência.

Neste sábado (29), às 21h30, o "Programa do Ratinho" pretende fazer uma "homenagem ao mestre Abelardo Barbosa, mais conhecido como Chacrinha", nas palavras do SBT.


Vestindo roupas espalhafatosas, Chacrinha (1916-1988) reinou nas tardes de sábado da Globo, nos anos 80, desclassificava calouros acionando uma buzina de mão e popularizou bordões como "Teresinha", "Vocês querem bacalhau?" e "Quem não se comunica, se trumbica".


No programa deste sábado, Ratinho vai usar o tradicional chapéu cartola e os óculos de aros escuros, que eram marca registrada do Velho Guerreiro. Evidente que o programa não vai deixar de explorar a imagem das "chacretes", como eram chamadas as dançarinas batizadas com nomes exóticos e chamativos. No palco, vão estar, por exemplo, Suely Pingo de Ouro, Deise Cristal e Esther Bem-Me-Quer.


Rita Cadillac não foi esquecida. No quadro "Caranga da Madá", Madalena Bonfiglioli, que ficou famosa no extinto telejornal policial "Aqui Agora" (SBT), vai promover o encontro da chacrete e atriz pornô com o cantor Jerry Adriani no centro de São Paulo.


Mas Ratinho não aposta só na nostalgia para levantar o ibope. O programa promoverá mais uma etapa do concurso da garota do funk.


Silvio Santos já ordenou que Ratinho só continuará no ar em 2007 se voltar a dar lucro ao SBT. Essa é a última chance que Silvio Santos dá ao apresentador, que perdeu audiência nos últimos anos e deixou de ter programas diários. O contrato dele só vence em 2008.


O problema de Ratinho não é tanto a audiência (seu programa tem dado sete pontos), mas os custos. Só o apresentador ganha R$ 1,6 milhão por mês. O programa não atrai anunciantes de peso.


SBT decide retirar programas do Ratinho e Kajuru do ar


DANIEL CASTRO
Colunista da Folha de S.Paulo
O conselho executivo do SBT decidiu hoje à tarde retirar do ar o "Programa do Ratinho" e o "Jogo Duro", mesa-redonda apresentada por Jorge Kajuru nas manhãs de domingo. Extraoficialmente, os dois programas, que já não serão exibidos neste final de semana, estão deixando a grade de programação porque dão prejuízo ao SBT.
Carlos Massa, o Ratinho, que custa ao SBT mais de R$ 1,5 milhão por mês só de salário, terá "uma segunda chance". Em setembro, deverá estrear um novo programa que tentará ser comercialmente viável, ou seja, dar lucro. O que não será nada fácil, porque a imagem de Ratinho, ligada à baixaria na televisão, afasta grandes anunciantes.Outra novidade no SBT é a mudança de dia de exibição do humorístico "A Praça É Nossa". O programa passa das noites de sábado para as de quinta-feira.

Crítica TV - Novela "Páginas da Vida"



Crítica: "Páginas da Vida" se iguala ao Ratinho com vídeo do orgasmo



SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online
17/07/2006 - 23h50



"Páginas da Vida" se igualou ao programa do Ratinho ao mostrar uma senhora de 68 anos, falando, com seu linguajar simples, sobre o primeiro orgasmo. Pior foi a retórica da Globo, admitindo que "houve excesso" e que submeterá os depoimentos a sua área de controle de qualidade. Ainda existe esse departamento?

A emissora vende a idéia de que a exibição do depoimento no horário nobre foi uma exceção, acidental, que fugiu ao seu "controle de qualidade". Só os ingênuos acreditam nesse discurso. Quem colocou no ar sabia muito bem o efeito desejado. Não seria surpresa nenhuma que se descobrisse que se recebe cachê para dar esse tipo de depoimento.



Lembre-se que a novela começou com ibope baixo. A preocupação da Globo com o texto de "Páginas da Vida" também é tardia. Na quinta-feira, já houve o caso do strip-tease de Ana Paula Arósio com sua personagem implorando ao marido ("Quero uma, duas, três vezes. Vem dormir dentro"). O ibope subiu. Isso é que interessa, na visão dos executivos da emissora.



As chamadas "Senhoras de Santana" podem espernear com a sexualidade desenfreada na TV. Para o Ministério da Justiça, a partir das 21h, lugar de criança é na cama. A novela é recomendada para maiores de 14 anos, grupo capaz de achar qualquer assunto, como sexo, na internet.


Ou seja, a Globo poderá apimentar a novela, sem risco de ser incomodada pelo governo. O telespectador mais conservador vai chiar, mas não deve parar de ver a novela. Afinal, é preciso patrulhar a trama. Vinga a idéia do "fale mal, mas fale de mim". A celeuma ajuda a levantar o ibope.


Para manter vivo o interesse por "Páginas da Vida", principalmente neste início, quando alguns ainda estão de ressaca com o fim de "Belíssima", a novela de Manoel Carlos precisa criar factóides, atraindo a atenção da mídia e, por conseqüência, dos telespectadores.



Primeiro, foi a cena do arrastão no Rio. Depois, o strip-tease da personagem Olívia. Agora, a idosa da "calcinha babada" por "gozar", sozinha, após ouvir uma canção de Roberto Carlos. Ninguém será demitido por isso, mas, bingo, quem não sintonizava a novela poderá sentir curiosidade.



Hoje, o pior da linguagem coloquial invade todos os canais, como SBT e Rede TV!. Até a Record, a chamada TV da Igreja Universal, apela no palavreado e nas imagens sensuais. Sob a desculpa de ser uma obra de realismo, "Páginas da Vida" vai continuar "aloprando" no português e na exploração do corpo.



Claro que soa preconceito social condenar uma "senhora do povo", como a do depoimento do orgasmo, por usar expressões de seu mundo para relatar uma experiência sexual. O público mais recatado odeia termos chulos. A elite até abre licenças "poéticas" para o baixo calão: se fosse filme de Quentin Tarantino e Pedro Almodóvar, tudo bem. Mas novela, não.



"Páginas da Vida" não é uma obra de Nelson Rodrigues (1912-1980), embora Manoel Carlos o imite com o estilo "a vida como ela é". No fim, a novela será julgada pela receita publicitária que gerou. É o que importa para a Globo. Cabe ao público decidir se quer fazer parte desse jogo.



Leia mais
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· Globo esquenta ibope de "Páginas da Vida" com nudez

14.8.06

Qual é o Problema?

Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano.

Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes do início das aulas.


O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma análise do presidente sobre a situação.


O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado de palavras? Eu, como meus outros colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo "Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de marketing?". Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo "Quem descobriu o Brasil?".


Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que precisam ser respondidas ao longo da vida.


Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em que decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular.
Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível.

"Professor, qual é a pergunta?", perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era justamente a primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: "Como vamos resolver uma questão que não foi sequer formulada?".

Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular.

Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as questões do mundo já foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser apresentá-las, e a obrigação dos alunos é repeti-las na prova final.

Em seu primeiro dia de trabalho você vai descobrir que seu patrão não lhe perguntará quem descobriu o Brasil e não lhe pagará um salário por isso no fim do mês. Nem vai lhe pedir para resolver "4/2 = ?". Em toda a minha vida profissional nunca encontrei um quadrado perfeito, muito menos uma divisão perfeita, os números da vida sempre terminam com longas casas decimais.

Seu patrão vai querer saber de você quais são os problemas que precisam ser resolvidos em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas.

Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais perguntas a ser feitas, depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos solução para os inúmeros problemas brasileiros de hoje. O maior erro que se pode cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas errados.


Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez definido qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a ser encontrada.

Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair arrogantemente ditando respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas.


Autor: Stephen Kanitz
Editora Abril, Revista Veja, edição 1898, ano 38, nº 13, 30 de março de 2005, página 18.

Senso comum versus Ciência


por Marcelo Druyan*




Pessoas, em geral, recorrem a suas próprias observações dos fatos cotidianos para constituir um conjunto de conhecimentos que lhes permita entender, de forma mais ou menos ordenada, como funciona o mundo em que vivem. Algumas, mais que outras, defendem este empirismo como critério da verdade e tendem a adotar o senso comum em detrimento do conhecimento científico.
Esta "ciência particular" tem seus desdobramentos em filosofias pessoais, nas quais as generalizações levam a visões de mundo que se afastam ainda mais do conhecimento científico e aproximam-se do misticismo e da pseudociência. Ainda, o empirismo descolado do pensamento crítico reúne afinidades que logo fazem surgir os líderes carismáticos, os falsos cientistas, as publicações de caráter duvidoso e todo um séqüito de crédulos. Ora desvirtuam os conhecimentos científicos e se apropriam indebitamente do rótulo da ciência; ora atacam o racionalismo científico por sua incapacidade de conceber o "transcendente".
Não fossem os casos que, nesse contexto, tornam-se matéria policial, eu diria que o empirismo acrítico do senso comum é um problema educacional. Um estado laico deveria fomentar o desenvolvimento da educação científica.
Empirismo
Se eu acreditasse em deus, afirmaria que ele nos deu o sol para que aprendêssemos a valorizar menos o senso comum e mais o pensamento científico. Se observarmos a posição do sol durante o dia, veremos que ele se movimenta ao redor da Terra. Isto é empírico. Nasce de um lado, move-se durante o dia e se põe de outro lado. Entretanto, a ciência nos mostra que este movimento é aparente, apenas uma ilusão. O contrário é verdadeiro. A Terra gira em torno do sol e isso é explicado pela lei da gravitação universal.
Se encontrarmos uma barra de metal e uma barra de madeira, expostas á uma temperatura ambiente de 15 graus, e tocarmos em ambas, o metal parecerá mais frio do que a madeira. Concluiremos, empiricamente, que o metal está mais frio do que a madeira. Mera ilusão. Na verdade, o metal é melhor condutor de calor que a madeira e, por isso, o fluxo de calor que sai de nossa mão é maior quando tocamos o metal. Logo, o equilíbrio térmico entre a mão e o metal acontecerá mais rápido e, embora tudo indique que o ferro esfriou nossa mão, na verdade, foi nossa mão que aqueceu o ferro pela transferência de calor. Isso é explicado pelo princípio da condutibilidade térmica.
Assim como o sol e a barra de ferro, existe em nosso dia a dia uma série de acontecimentos que sugerem, empiricamente, uma explicação que não corresponde à realidade, ou seja, aos princípios comprovados pela Ciência ou investigados por ela. Nossos sentidos não são, e nunca foram, os melhores instrumentos para operar o desvio do concreto. Para completá-los ou suplementá-los, existe a ciência.
É claro que esta regra não é absoluta e se aplica a casos especiais. Se eu encontrar uma barata no banheiro, não preciso levá-la a um especialista para, só depois, esmagar a cabeça dela. O que quero salientar é que os defensores da "experiência pessoal", do empirismo descolado do pensamento crítico, normalmente enxergam fantasmas onde existem apenas sombras.
Ensinando a pensar
O melhor que podemos fazer a favor da Ciência é lutar pela qualidade do Ensino e ensinar as pessoas a pensar. Isso não significa arrebatar seguidores ou doutrinar a favor de nossas convicções. Ao contrário, o pensamento crítico permite uma independência que não isola, um raciocínio baseado no conhecimento da lógica, uma personalidade inquiridora, uma investigação que procura evidências sólidas.
Ao ensinarmos a pensar, formaremos gerações que nos sucederão no tempo, que apontarão nossas falácias, nossos erros e darão prosseguimento à superação contínua do conhecimento pelo conhecimento.
O pensamento crítico é a arma mais poderosa da Ciência e a única que deveria entrar nas salas de aula.



* O autor é editor do e-zine e membro ativo da lista CeticismoAberto

Paradigmas...

Vida: viver a crise de paradigmas

Por Virgínia Machado


Resumo: este texto tenta demonstrar a relação existente entre o senso crítico, tratado pelas reflexões acadêmicas e o senso comum, vivenciado por todos nós. Queremos validar o conhecimento vital, que busca na racionalidade conteúdo e forma para compreender-se e ao mundo.
Introdução
Imediatamente ao pensar sobre o que escrever sobre a vida, já me ocorre que vida e crise[1] são quase que sinônimos, mas isto poderia ser a conclusão desta reflexão. Bem, mesmo assim ela motiva a narrativa de uma reflexão que vem sendo feita já há algum tempo. Derramá-la em palavras no papel pode ajudar-me na permanência reflexiva. Tem sido consenso, desde o senso comum ao senso crítico, e deste àquele, a consciência de que vivemos uma crise desencadeada por acontecimentos bombásticos ocorridos no século passado. Esta consciência toma vulto no pós II Guerra Mundial[2]. Havia a necessidade de reconstrução das sociedades mais atingidas. Mas elas jamais seriam as mesmas. A crise provocada por aquela guerra conseguiu reerguer nações materialmente, mas o espírito fundado pelo homem da razão, emergido do Renascimento e da Revolução Francesa, o mesmo que organizara a sociedade burguesa, falira. Este já não sustenta a legalidade de suas certezas científicas, éticas e estéticas (Habermas, 1988). Leia mais...

12.8.06

Monografia e ABNT

REDAÇÃO CIENTÍFICA: A Prática de Fichamentos, Resumos, Resenhas
João Bosco Medeiros
328 páginas - 7ª Edição (2006) - 2ª Tiragem

Sinopse:Como realizar um fichamento, resenhar e resumir uma obra literária ou científica - A resposta para esta e outras perguntas que atormentam os alunos dos primeiros anos dos cursos superiores são encontradas neste livro. A elaboração de pesquisa bibliográfica também é motivo de estudo.







Abaixo links para sites sobre monografia e ABNT com dicas para elaboração de TCC, pesquisas, projetos, dissertações, monografias etc (acesso em 11 jan 2006).

Regras ABNT (Site Monografia)

Fichamentos

O que é resumo?

Resumo, como se faz?

Resenha, como se faz?

Resumo/Resenha

Fazendo uma resenha


Metodologia Científica- Estrutura de TCC


Como fazer referências bibliográficas


Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)



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É importante pesquisar várias fontes!

11.8.06

Consciência crítica...

...Quando se fala em ‘formação da consciência crítica’ ou em "conscientização", o termo "consciência " não significa tampouco formação de uma consciência científica. Consciência não e sinônimo de ciência e não se pode dizer sem mais que a transmissão da ciência cria uma consciência crítica. Muitas vezes ela nem modifica a consciência, a qual pode muito bem continuar imersa em explicações mágicas que tenham aparência científica, ou continuar paralisada pela inércia da apatia ingênua ....

...Normalmente, opõe-se ao conceito de atitude crítica o termo atitude ingênua. A ingenuidade ou falta de senso crítico é, às vezes, mítica, enquanto se baseia em explicações fora da realidade, e muitas vezes participa simplesmente do senso comum, ao qual adere sem maiores considerações...

...Sabemos que o senso comum é a maneira habitual de pensar e agir ou reagir dentro de uma coletividade humana. Outros grupos ou outras coletividades podem muito bem pensar ou agir diversamente, e têm assim outro senso comum. Além disso, a constância e profundidade do senso comum podem ser tão importantes que o grupo se julga dividido e agredido quando alguém pensa ou age diversamente, e expulsa os dissidentes. Neste sentido o senso comum une fortemente um determinado grupo humano, e forma a base de sua unidade ... Leia mais...


Rogério de Almeida Cunha - UFMG